domingo, julho 15, 2007

Os Outros


"Os Outros" é uma peça de teatro apresentada pelo Cegada Grupo de Teatro, que estreou no passado dia 5 de Julho no Auditório Municipal Scala, em Alverca.
Foi encenada pela Margarida Cavaleiro, e "os outros" são o Rui Pinheiro, o Joaquim Carreira e a Raquel Cascais. Podemos ve-los ou reve-los depois das férias.

quarta-feira, maio 30, 2007

Porque tudo o que eu conto, vi-o; e se me enganei ao ve-lo, certamente que não o engano, contando-lhe.

É agradável ouvir música ao vivo no metro de Lisbo



Fui ver o horário dos comboios da CP, Caminhos de Portugal, Empresa Publica Nacional, que nos transporta a todos para onde quisermos. Não nos transporta quando quisermos, porque somos muitos e não há comboios para toda a gente. Nem horários.

Horários dos comboios são fáceis de adquirir, basta pedir na bilheteira mais próxima. Têm de vários tipos: Urbanos, Sub-urbanos, Regionais, Inter-regionais, Intercidades...a oferta é variada. Estes últimos têm uma apresentação normal de um horário que nos fomos habituando, em que podemos ver a que horas temos determinado comboio, para todo o lado onde passe.

Os primeiros, os Urbanos, têm uma apresentação diferente, mais acessível em termos de quantidade de informação que nos é mostrada quando queremos ver a que horas é o comboio para o Oriente, parece que vai ser simples de descobrir, a estética do documento até agrada, é já a seguir. Mas entretanto reparo que só aparecem os minutos, faltam as horas, parecem filas de números decimais a fazerem uma corrida... contra o tempo. Mas logo entendo que devem ser os minutos de todas as horas de um dia, enfim, é fácil. Portanto, vejo naturalmente a que horas tenho o comboio para o Oriente. Claro que o meu Sexto Sentido obriga-me a dar uma segunda vista, já tenho experiência suficiente para dar uma segunda vista.

Não tenho é experiência suficiente para dar uma terceira vista, pelo que o comboio com primeira e última partida de Azambuja às 00h33 e que passaria em Vila Franca às 10h49, me pareceu ser a todas as horas, na altura não me apercebi que era demasiada oferta da CP, e assinalei-o como alvo a apanhar no dia seguinte.

No tal dia, lá fui apanhar o tal comboio que me permitia estar em Entrecampos ao meio-dia. Até dava para estar antes e prevenir atrasos. Quando cheguei à estação apercebi-me que não havia o tal comboio. Fui por isso perguntar ao senhor da estação, que me fez entender que o tal comboio era só uma vez por dia. Disse-lhe uma coisa muito inteligente: estes horários são para pessoas inteligentes e eu sou burro, por isso não sei consulta-los. O senhor da estação disse para eu fazer uma reclamação, eu disse que não, ele insistiu, eu insisti que não valia a pena, ele insistiu duas vezes, oferecendo-me o postal RSF, eu aceitei.

Como o meu carro não foi à inspecção, me esqueci do outro telemóvel em casa e não pude ver o número do meu pai para lhe telefonar e o meu irmão estava a dormir e desligou o telemóvel à segunda tentativa, tive mesmo de esperar pelo próximo comboio que me permitia chegar mais de 20 minutos atrasado ao meu segundo dia de integração no novo trabalho, onde ainda estou à experiência.

Portanto lá esperei eu a correr pelo próximo comboio que apanhei a correr e do qual saí a correr para apanhar o próximo metro que não tem horários.

Quando meti o bilhete para abrir as comportas de pessoas, ouviu-se o toque de fecho de portas do metro, perdi-o quando lá cheguei. Às 11h50 saí do Oriente e queria de lá ter saído há meia-hora; o metro levou-me até à Alameda, onde apanhei o metro para o Campo Grande. Quando entrei no metro um músico indiano armado de um carrinho de compras, onde tinha, presos por fita-cola, uma coluna, um discman e um copo de plástico, começou a tocar clarinete por cima de ritmos latinos. Que agradável. Dirigi-me para um lugar quase plateia e fechei os olhos por um bocado. No fim, fui o único a bater palmas, e dos muitos que não pagaram ao músico pela sua música. Acho que não levou a mal não lhe ter pago.

Quando cheguei ao Campo Grande continuava a correr, pelo que fui a correr apanhar o metro para Entrecampos, que vi partir logo seguido por mais uma fracção de paciência e auto controle. Parecia que faziam de propósito, as pessoas chegam à estação para fazer o transbordo, e o comboio abala para o vermos partir.

Isso é bem visível nos novos horários Urbanos, ao fim de semana podemos ver partir alguns comboios. Ao fim de semana, para ir para Entrecampos, é necessário fazer transbordo, o comboio para essa linha parte de Alverca. Saio de Vila Franca aos 19 minutos, chego a Alverca aos 27, tive um comboio aos 22 e vou o ter o próximo Às 52. O próximo, que só existe uma vez por dia, o que torna esta possível crítica menos forte, parte aos 49 em Vila Franca e chega a Alverca as 57, sendo o próximo aos 22, tendo havido um aos 52.

Eu tenho uma licenciatura e acedo à internet quase diariamente, e embora seja lento a processar, depois de perder 10 comboios que não existem percebo estes horários. Mas acho que a minha avó não iria perceber estes horários, a minha mãe não iria tentar e talvez metade da população portuguesa prefira ir de carro para o emprego.

É, portanto, bastante agradável ouvir musica ao vivo no metro de Lisboa.